quinta-feira, 12 de agosto de 2010

pra te comer melhor

para te comer melhor, ensaio gestos- exatos, insensatos insetos que mexem na libido,
escalo paredes, qualquer parada,rappeis, pasteis de carne de segunda nas segundas feiras das feiras livres

livros devoro,
como as palavras buscando as inexatas

as dúbias, as corriqueiras,
as prenhes de sentidos,
parindo vômitos seculares
de novas promessas:

para te comer melhor invento ventos do norte, do sul, invento vozesque sopram em teus ouvidos as carícias sórdidas de quem não tem medidas métricas ou ressonâncias
imaginéticas:

teus ouvidos são meu público
meu púbico apelo
tuas orelhas são:
mãos, pés, coxas, bunda, peitos,
meu campo de cavalgadas.

para te comer melhor eu me desdobro em outros tantos

cantos
heteronômios quatro
cavaleiros líricos
do apocalipse
buscando o gral:

qual é a tua, meu amor,
como te ganho
neste emaranhado de promessas
e premissas
vãs
de paraísos nada naturais?

para te comer melhor me entrego todo, corpo a corpo arco e flecha água e ventania
em teu desejo quente:

para te comer melhor eu sou poeta e poeto letras e palavras lúbricas em tua lingua solta
presa na minha:
tudo, tudo, tudos,
só pra te.
só prá.