sexta-feira, 8 de abril de 2011

ária vária

porque o desejo
não respeita muros
nem trincheiras. chega
cega e segue
e suga os corpos
numa saga impar
de não vencedores. dores
dores dores
e ardores árduos
na labuta das peles
no frêmito da carne
nas entradas e bandeiras
estradas de suores, sal
e de saliva
cuspindo beijos
iconoclastas
em qualquer boca.

porque a paixão é assim: fogo,
queimante,
brilhante e fugaz
delírio
lírio temporão
e atemporal
carnal.

e o amor, ah, o amor
há amor
fora dos compêndios
dos manuais e dos olhos
dos poetas?
o amor é aquela coisa toda
de se deitar com os detalhes
adivinhando o gosto da boca
um do outro. saber à luz
e escuro, à força e fraqueza
é beleza que se aninha
nos braços
que se estendem, que apertam,
que deliram,
ao toque simples, ao dedo
que se alcança
a um seio que entrega
à mansa sofreguidão
de quem tem
todo o tempo
mesmo que assim não seja.

poque o amor descansa
repousa em nossa pele
não busca sucedâneos
nem instantâneos poéticos:
Ele é a poesia
que se faz em cada poro
quando os amantes se deitam:
obras inacabadas
sinfonias
De corpos,músculos, nervos,
E ausência de palavras.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

este texto não é do caralho


imagem: Akey/Flickr

,porra caralho merda as palavras despencam da boca como almas podres como armas em coldres desdatados disparando metralhas por todos os passantes porra caralho merda vá tomar no cu filhadaputa que porra é essa afinal vá se fuder caralho tudod tudo muito cadela cachorra vaca viado e puta que te pariu e por aí vai aquela coisa toda parece até uma sinfonia de bvosta- merda escorrendeo pelos cantos da boca os cantos da alma derramando fezes e fedoresd por todos os santos e a boca só sabendo derramar excrementos tudo sujo tudo muito louco uma tristeza só esse amontoado de palavras oltas frouxas sem sentido uma punheta duas unhetas mil punhetas de palavras jogadas ao léu desperdiçadas como porra das punhetas que não se confundiram nem cus fuderam...
ai, que loucura de palavras são essas que não querem dizer nada ou não dizendo nada já dizem tudo destas cabeças impensantes esses dedos não pulsantes estas picas e bucetas relaxantes e incongruentes como palavras sujas feias mal ou bem ditas: mortas.
qual o sentido das folhas quew caem pelo chão e se despedaçam como farelos farinhas carinhas de anjos subidfos ao céu? seu?meu?
porra, caralho, este texto não é do caralho,
é merda só
mas jorrou
de dentro
do intestino
e da alma.
saca?